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Em Termas de Río Hondo, Dener Pires comemora resultado no retorno de etapa internacional da Porsche Cup C6 Bank Mastercard: “Nossa avaliação ficou muito acima do ótimo”

Maior categoria monomarca das Américas voltou ao exterior após dois anos complicados pelas limitações de deslocamento pela pandemia da Covid-19

Após dois anos, a Porsche Cup C6 Bank Mastercard voltou a realizar uma etapa internacional, com o fim das restrições de viagens ocasionadas pela pandemia da Covid-19. O local escolhido foi o moderníssimo Autódromo de Termas de Río Hondo, no norte da Argentina. Uma pista que também trouxe um desafio logístico para a categoria, já que a cidade fica na província de Santiago del Estero, pouco provida por voos comerciais para os integrantes da categoria.

Para Dener Pires, CEO da categoria, o saldo foi extremamente positivo, com cinco corridas sendo realizadas em um período de apenas quatro dias. Foram duas etapas do campeonato de Sprint, as corridas curtas, na quinta e sexta-feira, e a abertura da Endurance Series, as provas longas, com um evento de 300 quilômetros no domingo.

Apesar dos acidentes nos primeiros dias de atividades, na Sprint, todos os carros estiveram presentes na etapa de domingo, para a Endurance. Dener elogiou demais o trabalho de sua equipe técnica, que mesmo com um cenário complexo, conseguiu desempenhar bem. Afinal, metade dos carros – os 992 – estão apenas em seu primeiro ano no Brasil, enquanto os 991/2 já estão na quinta temporada. Para o time de engenharia, desafios distintos, mas complexos da mesma maneira.

 

Porsche Cup: Dener, o retorno das etapas internacionais da Porsche Cup em grande estilo em Termas de Rio Hondo. Qual a avaliação que você faz em termos de evento? Como você enxerga voltar a promover uma corrida na Argentina, nesta pista grandiosa? 

Dener Pires: Bom, para a gente ter um grande evento, a gente precisa ter uma grande arena, um grande espaço. Então, Termas do Río Hondo é uma pista espetacular. Toda a infraestrutura de boxes é de alto nível. No ano passado, eles tiveram um incêndio impressionante, queimou toda a parte de boxes. E eles fizeram tudo novamente do zero, desde a estrutura. Então eles estão de parabéns, porque ficou ainda melhor. E também do ponto de vista do que a gente não vê: tudo tecnológico, com fibra óptica, um race control muito bem equipado. Isso tudo dá uma base muito boa para a gente. Ter essa base para trabalhar é muito bom.

 

Porsche Cup: E quanto ao autódromo, mais na parte esportiva?

Dener Pires: Termas do Río Hondo surpreendeu demais, porque mesmo com uma logística um pouco difícil para quem vem do Brasil, com voos, conexões e tudo, a gente sempre teve grids cheios nas corridas de sprint e na de endurance nas duas categorias. Pilotos que não conheciam a pista, os que já conheciam, alguns que conheceram por simulador ou qualquer outra coisa chegaram aqui e confirmaram o que a gente já sabia: que a pista é espetacular. Aí, o show é bacana e tudo dá certo, não é? Começou também um tempo um pouco mais frio, espantando um pouco a gente que é brasileiro, né? Não estamos tão acostumados, mas o Pedrão lá de cima também ajudou e no final aí tivemos um domingo ensolarado, maravilhoso, com arquibancada cheia, a parte de cima aqui da tribuna cheia, várias pessoas podendo desfrutar do evento. Eu digo que é um lugar especial.

 

Porsche Cup: Dener, a gente sabe do empenho dessa equipe. A Porsche Cup é famosa pela excelência de seus profissionais. E dessa vez acho que o desafio também foi tremendo, porque normalmente o prazo de revisão dura até um mês entre uma etapa e outra. E foram só 18 horas entre o fim da etapa de sprint e o treino livre da endurance. E não houve nenhuma quebra na corrida longa. Como que você avalia o trabalho da equipe de engenharia, dos mecânicos, da turma toda?

Dener Pires: Diria que nossa avaliação ficou muito acima do ótimo. Teve um intervalo de 18 horas, mas você tem que lembrar que você vem de duas semanas de trabalho antes, não é? O quão você não fica cansado e estressado um dia após o outro. As primeiras pessoas da equipe chegaram aqui na segunda-feira da semana anterior, já trabalhando, seja descarregando e preparando os carros, recebendo peças, fechando o motor, fechando o câmbio, testando carros, fazendo o shakedown. Não é só montar os carros, é montar e comprovar de que eles estão com uma performance equilibrada. Depois fomos para uma corrida de sprint cheia de acidentes e isso daí gera um retrabalho. Então, da quinta para a sexta, o pessoal já virou a noite, já se esforçou bastante para deixar os carros em ordem. Na sexta-feira, a corrida foi um pouco mais tranquila, mas vamos lembrar que é uma corrida, sempre é uma corrida, é uma guerra, uma batalha, não é? Como é que chegam os carros. Como é que estão as pessoas que estão trabalhando? E aí são menos de 18 horas e vão para a pista de novo, com treinos e tudo o mais. E a gente teve um saldo espetacular, né?

 

Porsche Cup: Apenas um carro apresentou problemas na corrida, não é?

Dener Pires: Sim, só tivemos um carro com problemas durante a prova, que foi o do Sylvio de Barros, que foi uma coisa de certa forma besta, por um engate. Foi o único. E alguns carros que a gente preparou já estão em seu quinto ano de vida útil. São os 4.0. E nenhum deles deu problema. E os 992, de um lado, são mais novos, foram menos utilizados. São uma novidade, estão sendo desenvolvidos. E o único carro que a gente teve um problema foi o do Sylvio, infelizmente. Uma prova de que a equipe realmente se supera. O carro que, por exemplo, ganhou a corrida hoje, sofreu um acidente na quinta-feira e ficou fora. Arrebentou inteiro o carro. Então, olha como ele foi reconstruído, colocado em chances de competição, não é? E o do Rubinho, que chegou em quarto, também foi envolvido nesse acidente. Quando você fala que, dois dias antes, o carro bateu a ponto de ficar fora de uma prova, tivemos de virar a noite consertando e tudo mais… E no outro dia um ganha corrida e o outro fica em quarto? Enfim, a qualidade da equipe é acima da média. E as pessoas, às vezes, não têm noção do quão detalhado é o trabalho de cada um. E o quão precisa ser cuidadoso. Foram 300 quilômetros. Multiplica 300 quilômetros por 33 carros. Vamos ver quantos quilômetros que a gente andou… Cara, essa equipe é sensacional, muito fora da média.

 

Porsche Cup: Dener, falando sobre os campeonatos… Agora o campeonato de sprint caminha para sua reta final. Faltam duas etapas e nesse ano a gente também foi brindado por uma inédita alternância de vencedores. Em oito corridas, a gente tem 6 vencedores diferentes em cada classe. O que dá para esperar nas etapas de Goiânia e da Fórmula 1, que é uma das mais charmosas do ano?

Dener Pires: Acho que dá para esperar brigas cada vez mais acirradas. Nossos pilotos, agora, depois de meia temporada, já estão bem mais à vontade com os carros novos. Estão entendendo todos os macetes e limites do carro novo. Já é uma tradição da Porsche Cup o campeonato terminar lá na última prova do ano junto com a Fórmula 1. Então acho que a gente vai ter muita briga. Quando a gente olha, hoje, para as últimas voltas de uma corrida de 300 quilômetros, aquela disputa entre o Werner (Neugebauer) e o Chris Hahn, entre o próprio Gui Salas que venceu, o Rubinho que vinha um pouco mais atrás, mas num ritmo forte. Se tivesse mais algumas voltas, ele ia entrar naquela brincadeira… Então você imagina como é que não vai estar o campeonato nas corridas de sprint. Vai ser faca no dente o tempo inteiro.

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